Seja bem-vindo ao site da Clinica Santa Fé

Aberto : 24 horas |
Contato : (86) 2106.8400

Número de nascimentos cresce novamente no Brasil após redução de casos de zika

Número de nascimentos cresce novamente no Brasil após redução de casos de zika

Depois de um breve período registrando baixas taxas de natalidade, o Brasil voltou a apresentar um aumento no número de nascimentos em 2017. O motivo, afirmam especialistas, pode estar relacionado à redução dos casos de zika vírus, doença que se tornou epidêmica em 2015, causando um surto de microcefalia no período.

De acordo com a base de dados do Datasus, em 2015, foram registrados 3,018 milhões de nascimentos enquanto, no ano seguinte, 2,858 milhões de crianças nasceram no país — uma queda de 5,2%. Esta foi a menor quantidade de nascimentos registrada nos últimos 21 anos. Já de acordo com o IBGE, a quantidade de nascimentos nos mesmos anos foi de 2,945 milhões e 2,794 milhões respectivamente, com uma queda de 5,1%, a maior desde 2010.

No ano de 2017, no entanto, dados do Datasus apontam que 2,920 milhões de brasileiros vieram ao mundo, um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior.

Entre 2015 e 2017, o conhecimento científico sobre o zika vírus e sua relação com a gravidez cresceu com a publicação de centenas de papers. Com mais informações disponíveis, aqueles que planejavam ser pais se sentiram mais seguros em tentar, seguindo o protocolo de prevenção.

Enquanto o Ministério da Saúde afirma que a quantidade de nascimentos do período tende à estabilidade, a pesquisadora Cristiane Moutinho, do IBGE já havia dito em 2016 que a  epidemia de zika sobre os nascimentos teria relação com o zika: “Vários fatores podem ter influenciado essa redução. Além da tendência crescente de ter filhos mais tarde, várias famílias podem ter se assustado com a epidemia de zika que afetou o país, entre 2015 e 2016, associada ao nascimento de bebês com microcefalia.”

A professora de demografia da Universidade de Harvard, Marcia Castro, responsável por conduzir o estudo “Implicações do zika vírus e da síndrome congênita do zika para o número de nascidos vivos no Brasil”, publicado em maio passado na revisra PNAS, também defendeu a relação da redução nos nascimentos com a microcefalia. Em entrevista exclusiva à CRESCER, ela disse: “Ao observar os padrões demográficos de declínio dos nascimentos no Brasil, vimos que tratou-se de uma queda muito brusca, completamente diferente e, portanto, inesperada. Apenas acontecimentos como epidemias, guerras, conflitos e desastres naturais de larga magnitude e efeito prolongado poderiam ser capazes de produzir uma redução como a que foi observada.”. De 2015 a 2018, foram diagnosticados 3,2 mil nascidos com microcefalia, causada pelo vírus Zika.