Sabemos que a alimentação e hábitos de vida saudáveis durante a gravidez são fundamentais para o bom desenvolvimento do bebê. E já se sabe também que algumas doenças são extremamente prejudiciais à saúde da criança quando ela ainda está no ventre da mãe. No entanto, pesquisadores da Universidade de Saskatchewan (USask), no Canadá, descobriram que uma infecção viral pode ser mais prejudicial do que se imagina. A pesquisa, realizada pelo professor de fisiologia John Howland, sugere que a inflamação durante a gravidez altera o desenvolvimento do cérebro dos filhos e pode predispor-los a aletrações psiquiátricas, como o autismo.
“Membros do meu laboratório realizaram vários estudos relacionados aos efeitos da inflamação durante a gravidez sobre o comportamento da prole usando um modelo de rato. Nossa pesquisa, e a de outros laboratórios em todo o mundo, revelam consistentemente efeitos duradouros de exposição do útero à inflamação na prole “, disse. Os testes mostraram que a descendência de adultos jovens reduziu as memórias de trabalho e alterou as respostas de medo, sugerindo que aspectos de sua cognição estavam alterados. Eles também eram menos sociáveis com outros ratos, comparados àqueles cujas mães não haviam sido tratadas durante a gravidez. A equipe de Howland estuda o impacto da ativação imunológica materna há anos e encontrou efeitos similares tanto na prole masculina quanto na feminina.
Além disso, estudos anteriores descobriram que os bebês cujas mães foram expostas ao vírus da gripe durante a primeira metade da gravidez podem enfrentar um risco maior de desenvolver esquizofrenia mais tarde na vida. A esquizofrenia é uma grave doença psiquiátrica que afeta cerca de 1% da população. O risco de desenvolver a doença quando adulto pode chegar a 3% entre aqueles cujas mães contraíram a gripe na primeira metade de sua gravidez.